quinta-feira, 7 de maio de 2015

Após arrastão, estudantes de arquitetura da UFMG relatam rotina de insegurança

Nesta quinta-feira (16/04) alunos da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais foram vítimas de criminosos que agem na Região Centro-Sul da capital


Patrulhamento próximo à instituição foi reforçado após arrastão nessa quinta-feira

Depois do arrastão na noite passada na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Savassi, Centro-Sul de Belo Horizonte, na noite desta sexta-feira o clima era de medo entre os estudantes, apesar do reforço do patrulhamento próximo à instituição.

O Caso:

Alunos da Escola de Arquitetura da UFMG são alvo de arrastão e pelo menos oito pessoas foram vítimas da ação dos criminosos, que levaram celulares na porta da faculdade, na Savassi.

Alunos da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foram alvo de um arrastão na Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na noite de quinta-feira. Os estudantes assistiam e debatiam um filme quando foram surpreendidos pelo ladrão na porta da faculdade, na esquina das ruas Gonçalves Dias e Paraíba. Segundo os estudantes, pelo menos oito pessoas foram vítimas da ação dos criminosos, mas somente seis registraram boletim de ocorrência.

De acordo com a Polícia Militar (PM), o assaltante armado chegou em um carro. Ele rendeu as vítimas e levou os celulares. Um comparsa dirigia o veículo e ficou aguardando o roubo. Os dois fugiram em direção à Avenida Afonso Pena. A polícia conseguiu, por meio do GPS de um dos celulares, rastrear o destino dos bandidos. O carro usado por eles foi encontrado no Bairro Boa Vista, Região Leste de Belo Horizonte. A PM não conseguiu recuperar os telefones, nem mesmo prender os dois envolvidos.

A atividade que os alunos participavam era promovida pelo Programa de Educação Tutorial (Pet) do curso de Arquitetura e Urbanismo. O projeto, chamado de CinePet, exibe filmes na fachada da escola para propor um diálogo entre estudantes e população. Segundo a aluna Fernanda Comparth, de 22 anos, as mostras já aconteceram várias vezes e os alunos nunca tiveram problemas.

Fernanda conta que a atividade já estava no fim e que o grupo debatia o filme com um professor. “Ficamos muito assustados porque nunca imaginávamos que esse tipo de coisa aconteceria assim. Quando eu vi o que estava acontecendo, fiquei congelada e só entreguei meu celular para ele. Tudo aconteceu muito rápido”, lembra a estudante do oitavo período. Ainda de acordo com a aluna, logo após o ocorrido, o porteiro do prédio relatou que presenciou vários assaltos nos arredores da faculdade nas últimas semanas.

Universitários relataram que as câmeras de segurança do prédio da faculdade estavam desligadas, informação negada pela UFMG. A aluna Ana Carolina Pedroso, de 23 anos, conta que os alunos estão preocupados com a situação. "Com tantos assaltos acontecendo, estamos perplexos com a possibilidade do sistema de segurança não funcionar", conta. Em 2013, a instituição de ensino decidiu instalar os equipamentos de segurança nos arredores da escola por causa das queixas frequentes de estudantes do período noturno sobre o alto índice de roubos e furtos na região.

Mariana Castro, de 21 anos, aluna do quarto período, abraçada ao seu notebook, esperava por sua carona atrás de uma pilastra no fundo do hall do prédio da escola. "Ontem eu estava dentro de sala quando ouvi os gritos do lado de fora. Mesmo dentro do prédio não dá para se sentir segura. Mesmo depois do assalto, apenas um porteiro fica na entrada e, com os cortes de verbas, não vai mudar", disse Mariana.

O estudante Thales Lucchesi, de 20, embora tenha escapado do assalto coletivo, foi alvo de um furto na noite da quarta-feira. "Meu carro estava parado bem de frente do prédio e o porteiro chegou a ver quando uns adolescentes quebraram o vidro. Levaram uma mochila com coisas de escola da minha irmã. Os alunos da arquitetura são bem visados, já que todos dependem do uso de notebook para realizar os trabalhos nas aulas. Aqui no entorno da escola é muito perigoso", pontuou.

Iandra Pedrosa, de 20, que minutos antes do arrastão foi embora com sua motocicleta, não tem dúvidas que escapou por pouco dos ladrões. "A partir de hoje só venho de carro. Do lado de fora, onde deixo minha moto é muito escuro e eu seria presa fácil dos bandidos no horário que saio, às 22h30". Pelo menos três viaturas da "patrulha preventiva" realizavam o policiamento nas ruas vizinhas à escola. Um militar garantiu que o policiamento reforçado vai continuar nos próximos dias.

Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2015/04/17/interna_gerais,638907/apos-arrastao-estudantes-de-arquitetura-da-ufmg-relatam-rotina-de-inseguranca.shtml

Reitoria e Polícia Militar adotam medidas para coibir o tráfico de drogas na UFMG


PM vai passar a abordar e revistar suspeitos de tráfico. Faculdade de Direito pede apoio ao MP para combater crimes
Prédio da Fafich, onde ocorreram primeiras denúncias de tráfico: cavalaria da Polícia Militar vai ampliar o patrulhamento no câmpus

A postura da Polícia Militar de trabalhar com rondas para se fazer visível e receber denúncias de crimes mudou no câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A ordem agora, segundo o comandante do Policiamento Especializado (CPE), coronel Ricardo Garcia Machado, é para que a unidade responsável, a cavalaria, aborde e reviste pessoas em atitude suspeita de tráfico de drogas. A decisão foi tomada durante reuniões com a reitoria da UFMG, após as denúncias feitas em 27 de março pelo Estado de Minas de que traficantes, ladrões e arrombadores agiam na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). O maior problema foi detectado no Diretório Acadêmico (DA) Idalísio Soares Aranha Filho, que foi fechado pela diretoria. Além do câmpus Pampulha, a Faculdade de Direito, na Praça Afonso Arinos, na Região Central de BH, também enfrenta problemas com tráfico e violência.

A coordenação do policiamento da cavalaria levantou os espaços e rotas utilizadas por traficantes fora e dentro do câmpus. “Aumentamos também a segurança de quem circula pelas áreas externas. O crime é dinâmico e o policiamento também precisa ser, então cabe uma ação contínua de prevenção. O problema maior é o combate dentro dos edifícios, onde a PM não tem acesso. Mas as ações impedem a circulação e a chegada de entorpecentes”, afirmou o coronel Machado.

Além de fechar o Diretório Acadêmico da Fafich para revitalização (o DA funciona agora no primeiro andar), a UFMG ampliou a vigilância privada. Segundo o diretor da Fafich, Fernando Filgueiras, as medidas já deram resultado. “A tranquilidade voltou à faculdade e é perceptível para funcionários, professores e alunos. Agora, estamos acertando junto à reitoria a revitalização do DA, que deve demorar um pouco, mas acredito que ainda neste ano o espaço será mais uma vez aberto”, disse Filgueiras.

Nas outras faculdades, no entanto, essa melhora na segurança ainda não foi sentida. Uma funcionária ligada à direção da Faculdade de Farmácia, que preferiu não se identificar, disse que ainda existem “pessoas suspeitas” em áreas internas e nos arredores, o que faz com que estudantes e trabalhadores prefiram andar em grupos, sobretudo à noite. “Não percebi qualquer mudança. Acho que seria necessário mais investimento em segurança para que possamos ter tranquilidade nas atividades acadêmicas”, afirma.

DIREITO 

Em mais um capítulo da apropriação de espaços estudantis por traficantes, a Faculdade de Direito protocolou denúncia no Ministério Público Federal e estadual sobre a ação de vândalos, ladrões e traficantes na instituição, que funciona na Praça Afonso Arinos, no Centro. A faculdade tem cerca de 2.500 estudantes. 

Os problemas começaram a se tornar aparentes há alguns meses. Traficantes e suspeitos de furtos são denunciados por alunos e professores, por ocuparem espaço no terceiro andar, conhecido como “território livre”, e coibindo assim a livre circulação de quem estuda e trabalha na faculdade. 

Um aluno de 20 anos do 3º período de direito conta que os estudantes estão deixando de circular no local por medo. “Já roubaram mochilas e iPads nesse espaço. Vi outro dia um rapaz que não estuda na faculdade com um tijolo de maconha vendendo livremente a droga sem nenhum medo. Quebraram a nossa sinuca, roubaram as bolas e destruíram os tacos. No início, eram poucos. Agora, já contei 35 pessoas, com crianças e adolescentes entre eles”, relata. 

De acordo com o estudante, um abaixo-assinado tem circulado para pedir providências às autoridades. “A diretoria e o Centro Acadêmico fazem vista grossa com discursos de liberdade, mas até um dos nossos símbolos de orgulho, que é a placa que homenageia o estudante José Carlos Mata Machado, assassinado pela ditadura, foi pichada”, reclama.

Por meio de nota da assessoria de imprensa, a Faculdade de Direito informou que recebeu as denúncias através da Ouvidoria e as remeteu ao Ministério Público. Isso porque “está além das competências outorgadas a essa diretoria, por se tratar de fato, em tese, prescrito na lei penal, razão pela qual se encaminha o fato ao conhecimento do Ministério Público para que, com as prerrogativas constitucionalmente outorgadas, adote o procedimento que entender pertinente”. 

A faculdade ainda colocou-se à disposição para contribuir com as investigaçõess. A nota diz ainda que a diretoria da faculdade “vem estudando e debatendo, junto à comunidade acadêmica, possíveis ações para fortalecer a segurança na instituição, dentre elas a revitalização dos espaços de convivência, controle do ingresso ao prédio da faculdade e reforço no efetivo de segurança”. 

ENTENDA A CRISE 

Redução nos repasses do governo federal deixou a maior universidade de Minas em dificuldade

Novembro e dezembro de 2014

» A UFMG sofre corte orçamentário de R$ 30 milhões nos repasses feitos pelo governo federal. Pagamentos de contas de água e luz são suspensos e prestadores de serviços, demitidos. Pelo menos 80 seguranças foram dispensados, segundo funcionários do setor.

» Cerca de 250 trabalhadores da área de limpeza e portaria também foram demitidos, pelos cálculos dos servidores, que temiam mais 100 dispensas.

7 de janeiro

» Por determinação do Decreto Federal 8.389/2015, o valor disponível para execução orçamentária mensal de todos os órgãos e entidades ligados ao Poder Executivo federal, incluindo a UFMG, ficou restrito a 1/18 do total. 

» A medida representa um contingenciamento de 33% do orçamento previsto para 2015, que duraria até a aprovação da lei orçamentária deste ano.

17 de março

» Lei do Orçamento Anual é aprovada, possibilitando, teoricamente, a retomada do escalonamento de repasse mensal de 1/12. Ainda assim, a regularização não garante a normalização imediata das atividades da universidade.

» Por causa dos compromissos atrasados, que devem ser quitados nos próximos meses, o plano emergencial de redução de custos se mantém.

» Não há previsão de regularização do défict de R$ 30 milhões. Apesar da votação do orçamento, a UFMG informa que os repasses ainda vêm sendo feitos na proporção de 1/18.

Dia 27 de março

» Denúncia de que traficantes de drogas agem livremente no DA da Fafich, na UFMG, foi publicada pelo Estado de Minas. A reportagem mostrou o medo da comunidade e a degradação do diretório, com venda livre de cocaína, LSD e maconha. Professores, servidores e alunos relatam casos de roubo, furto e assédio sexual na unidade.

Dia 28 de março

» O curso de história é suspenso por conta do problema de insegurança que, segundo nova reportagem do EM, não se restringe à Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Cortes no orçamento da União agravaram a crise, ao provocar medidas como a demissão de vigilantes, mas a reitoria decidiu reforçar as rondas no câmpus. Fontes policiais revelaram que a maior parte das drogas que chegam à universidade tem como origem a Vila Sumaré.

Dia 31 de março

» Congregação da Fafich anuncia 10 medidas, entre elas reforço da segurança e fechamento do DA para revitalização

Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2015/05/06/interna_gerais,644451/seguranca-reforcada.shtml

UFMG - Fafich pretende fechar diretório acadêmico

Dez medidas foram aprovadas nesta segunda para tentar melhorar a segurança após denúncias de tráfico

Ato. Como os alunos não puderam acompanhar a reunião da Congregação, muitos protestaram com cartazes e balões em formato de coração.

O Diretório Acadêmico (DA) da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) será fechado por pelo menos seis meses. A decisão foi tomada nesta segunda durante uma reunião da Congregação da Fafich, uma espécie de conselho deliberativo. Outras nove medidas foram aprovadas, dentre elas a proibição de festas no local e a pintura do prédio. Essas ações foram discutidas a partir de relatos de violência como furtos, assédio a mulheres e tráfico de drogas devido à falta de segurança nas dependências da faculdade. Participaram da reunião alunos, professores, servidores e a direção da Fafich.
Os alunos presentes disseram que entendem e concordam com a necessidade de reforçar a segurança no prédio. No entanto, não são favoráveis ao fechamento do DA. Segundo o estudante Evandro Luis, 22, o ideal seria ocupar esse espaço, e não retirar as pessoas de lá. “Quando a universidade não oferece integração a essas pessoas de fora, elas vão se integrar de outra forma. Esses meninos que têm vindo para cá, alguns de periferia, já tiveram todas as portas fechadas na vida. Vamos fechar mais uma?”, questiona.
Em nota, a UFMG informou que as medidas são para garantir a segurança na Fafich, combater o tráfico de drogas, o assédio e a depredação do patrimônio público. A Congregação assegurou, ainda, a manutenção do calendário acadêmico para todos os cursos. Além disso, segundo a universidade, a decisão de fechar o DA é temporária, já que o local deve passar por uma revitalização e ser levado para uma área mais visível do prédio.

Ocupação. Durante a manhã desta segunda, cerca de cem alunos aguardaram o fim da reunião em uma manifestação pedindo mais inclusão para quem não é da comunidade acadêmica e uma segurança treinada e mais humanizada. Eles querem ainda a criação de projetos para os jovens que têm frequentado a faculdade.

Uma estudante, que preferiu não ser identificada, informou que os integrantes do movimento estudantil estão se mobilizando com outras entidades ligadas a causas sociais para pensar em uma política de inclusão voltada a esse público, que pode oferecer debates, palestras e outros tipos de trabalhos no próprio espaço acadêmico.

Devido à reunião, muitos professores da Fafich liberaram seus alunos para acompanhá-la, mas hoje as aulas serão retomadas, inclusive as do curso de história, que foram suspensas na última sexta-feira.

Em protesto

Manifestação. A reunião aconteceu a portas fechadas e só tiveram acesso os membros da Congregação da Fafich. Para pressionar a entidade, alunos se reuniram na porta da sala, todos com cartazes, balões e adesivos de coração no rosto. A maioria dos cartazes chamava atenção para a necessidade de pensar uma forma menos excludente de lidar com o problema e que não reforce preconceitos. Nesta segunda à noite, as portas do DA foram arrancadas. A reportagem tentou contato com a assessoria da UFMG para repercutir o caso, por volta das 19h30, mas ninguém atendeu a ligação no celular de plantão.

Posição. Durante o dia, a reitoria da UFMG informou apoiar a Fafich e as medidas aprovadas pela Congregação.

Confira um fragmento da nota do diretório acadêmico da FaFich emitida na manhã desta segunda.

"Acerca da venda de drogas na universidade, acreditamos que é algo antigo, e camuflado quando feito por estudantes. Essa não é uma questão que cabe apenas a universidade, mas deve ser um debate da sociedade visto que o Estado falha ao acreditar que política de drogas se faz com bala. Problemas como assédio às mulheres, perseguição à LGBTs e a negros e negras são frequentes e sempre aconteceram no âmbito universitário, e a Universidade sempre os suprimiu, se omitiu e poucas vezes os puniu. Denúncias essas que não são dirigidas somente ao público externo, mas principalmente a professores, técnicos e estudantes.

É surpreendente que a pauta de Segurança seja colocada somente após a presença desses jovens negros e da periferia no campus. Há anos estudantes denunciam os problemas de segurança e sucateamento, em especial na FAFICH. A Faculdade não nos oferece iluminação adequada, salas de aulas equipadas ou mesmo materiais básicos de limpeza e higiene. O campus da UFMG também é mal iluminado, a guarda universitária é mal formada e é dirigida a proteger o patrimônio ao invés das pessoas. Esses problemas são anteriores aos cortes de verba pelo Governo Federal e demonstram o descaso da UFMG com os/as estudantes, em especial com a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH).

O Diretório Acadêmico Idalísio Soares Aranha Filho (D.A FAFICH), entende que o espaço pertence a toda sociedade, e nessa perspectiva, vem elaborando diversas iniciativas que buscam o aproveitamento e a inclusão das pessoas. A promoção da cultura também é buscada, e a intervenção nas paredes do D.A. é tida como um ato cultural e de resistência. A UFMG como espaço público deve manter as portas abertas à toda comunidade e estar integrada à cidade. Deve promover ações de ocupação com inclusão, garantir estruturas materiais para o uso desses espaços e a formação de uma Segurança Universitária humanizada que seja dirigida às pessoas. Um debate comprometido que envolva todos/as é o primeiro passo a ser dado agora”.

Fonte: http://www.otempo.com.br/cidades/fafich-pretende-fechar-diret%C3%B3rio-acad%C3%AAmico-1.1017089
PUBLICADO EM 30/03/15

Pátio de Escola de Direito da UFMG é área de consumo e venda de droga

A reportagem esteve no local na última quarta-feira (29) e flagrou diversos grupos de jovens se drogando e tendo acesso à maconha no próprio prédio da UFMG

Fotos de adolescentes fumando maconha na Faculdade de Direito da UFMG

O pátio no pilotis da faculdade de direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que um dia abrigou manifestantes contrários à ditadura militar, hoje serve como ponto de encontro de adolescentes usuários de drogas.

Chamado Território Livre José Carlos da Mata Machado, o espaço ficou subutilizado pela comunidade acadêmica e agora é ocupado por estudantes secundaristas de escolas do entorno, no centro da capital, para fumar maconha e consumir bebidas alcoólicas.

A reportagem esteve no local e flagrou diversos grupos de jovens se drogando e tendo acesso à maconha no próprio prédio da UFMG. 

Na última quarta-feira (29), por volta das 15h, o pátio estava com pelo menos dez adolescentes fumando maconha, todos aparentando ter entre 14 e 17 anos. À medida que a noite se aproximava, o número de jovens crescia rapidamente.

Ao conversar com os grupos de estudantes, eles disseram ser de dois colégios – um deles, pré-vestibular – a poucos quarteirões de distância da faculdade. Às 19h, eram pelo menos 30 adolescentes fumando maconha e ingerindo bebidas alcoólicas.

Por duas vezes, flagramos a comercialização da droga entre os adolescentes. Em uma dessas turmas, a equipe de reportagem recebeu a informação de que um rapaz de mochila laranja chegaria em 30 minutos com a maconha.

“O menino foi fazer o 'corre' e deve voltar daqui a pouco. Ele é quem fornece pro pessoal aqui”, disse um garoto, que aparentava não ter mais do que 16 anos. Sem se preocupar com a presença de outras pessoas no local, um dos rapazes mostrou a droga e a ofereceu por R$ 20 à equipe.

Problema

Um servidor da universidade, que pediu para não ser identificado, reclama que a situação se repete sempre que há aula. “Todos os dias na parte da tarde eles estão aqui. O cheiro da maconha impregna em alguns locais, como a biblioteca, e é comum encontrarmos adolescentes cambaleando pelos corredores bem no meio da tarde”, reclamou o funcionário.

Diferentemente do caso do tráfico de drogas na Faculdade de Filosofia e Ciência Humanas (Fafich), não há relatos de atos de violência contra funcionários e estudantes universitários nem roubos cometidos contra a comunidade acadêmica no prédio de direito.

Durante as seis horas em que a reportagem ficou no pátio do Território Livre da Mata Machado (uma homenagem ao estudante morto durante a ditadura), sempre havia pelo menos um grupo de jovem usando drogas. Em nenhum momento houve abordagem por parte de vigias da instituição.

Plano

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) prepara um conjunto de ações para coibir o consumo e o comércio de drogas dentro da entidade. O reitor Jaime Ramirez admite que esse é um problema vivido pela instituição e que a reitoria está atenta para enfrentá-lo.

“A questão do uso de drogas não pode ser tolerada pela universidade. Nós não vamos fechar os olhos em relação a essa questão. Nós entendemos que essa é uma situação complexa, é uma questão de saúde pública o uso da droga no nosso país. Vamos primeiro apresentar para nossa comunidade e para nossas instâncias para ver quais ações poderão ser tomadas”, afirmou Ramirez, durante seminário da Pró-Reitoria de Graduação, na semana passada.

O reitor não quis adiantar as medidas, pois elas ainda precisam ser discutidas junto ao conselho universitário - grupo responsável por avaliar e aprovar as ações adotadas na UFMG composto por professores, alunos e servidores. A promessa do reitor Jaime Ramirez é que essas ações entrem em vigor até o fim deste semestre.

Resposta da Escola de Direito

Por meio de nota, a Diretoria da Faculdade de Direito informou que está ciente dos problemas envolvendo o uso de drogas no Território Livre desde o dia 14 de abril e já enviou ofício para o Ministério Público Federal e Ministério Público de Minas Gerais para que investiguem a situação, já que o alvo das denúncias “está além das competências outorgadas a essa Diretoria, por se tratar de fato, em tese, prescrito na lei penal”. A Faculdade de Direito ainda colocou-se à disposição para contribuir com as investigações e estuda medidas a serem adotadas no prédio da Faculdade, como o reforço da vigilância e revitalização dos espaços de convivência. 

Relembre

- Em março, denúncias revelaram um esquema de tráfico de drogas dentro do Diretório Acadêmico (DA) da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich).

- Adolescentes de fora da comunidade acadêmica teriam montado um ponto de venda de drogas dentro do espaço destinado aos estudantes. Eles seriam ainda suspeitos de agressão a professores, assaltos, assédio contra mulheres e perseguição a gays.

- Alguns cursos suspenderam provisoriamente as aulas até que a situação fosse resolvida. As aulas foram retomadas após o fechamento da sala do Diretório Acadêmico por todo este semestre.

PUBLICADO EM 05/05/15 - BERNARDO MIRANDA


Fonte: http://www.otempo.com.br/cidades/p%C3%A1tio-de-escola-de-direito-da-ufmg-%C3%A9-%C3%A1rea-de-consumo-e-venda-de-droga-1.1033868 

Porta aberta para o tráfico de drogas na escola de Direito da UFMG

Pessoas de fora da UFMG, inclusive traficantes, se apropriam de área na Praça Afonso Arinos


Novas denúncias dão conta de uso e tráfico de drogas e de furtos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Dessa vez, o problema foi relatado no prédio da Faculdade de Direito, por onde circulam desembargadores, juízes, promotores e até delegados, na região Centro-Sul de BH. Alunos e ex-alunos que ainda frequentam o espaço se dizem assustados com a situação, que vem se agravando nos últimos meses, segundo relatos.

Aberto à livre circulação, mesmo de pessoas que não têm ligação com a instituição, o edifício tem sido o local escolhido por jovens usuários de drogas – muitos deles, alunos de escolas da região –, mendigos e até traficantes.

A reportagem do Hoje em Dia esteve no local e confirmou as denúncias. No terceiro andar, onde está instalada a cantina e há um espaço de convívio, a venda de drogas acontece livremente. Em uma área mais reservada, ficam os usuários, que quebraram lâmpadas para dificultar a identificação.

Gravidade

“Já vi gente fumando maconha e cheirando cola, e várias pessoas presenciaram a venda lá dentro. Muitos usuários são alunos de fora, do ensino médio, que vão para o prédio usar droga”, conta uma aluna do 8º período, que pediu para não ser identificada.

Segundo ela, o ambiente é hostil, embora não haja relatos de provocações aos estudantes. No terceiro andar, o problema é mais acentuado, de acordo com a aluna.

“A gente chega lá e se depara com traficantes, usuários e até mendigos morando naquele espaço. Isso está afastando os alunos. Eu e meus amigos não vamos mais a essa área de convivência”, afirma a jovem.

Para piorar, existem relatos de furtos. Um estudante do 10º período, que também preferiu não ter o nome revelado, conta que ter objetos levados é algo corriqueiro na faculdade. “Porteiros e equipe de segurança estão incomodados com essa movimentação”.

Embora contrariados, seguranças do prédio são impedidos de agir, já que existe resistência da direção em restringir o acesso a estranhos, conforme o estudante.

“Qualquer pessoa pode usufruir do espaço público. Se restringirem a entrada de quem é de fora, alguns movimentos sociais, por exemplo, vão ficar impedidos de se reunir no local. Muitos utilizam o espaço para assembleias”, diz o aluno.




Posicionamento

A direção da Faculdade de Direito foi procurada para comentar as denúncias. Em nota, a instituição limitou-se a dizer que está “apurando as denúncias internamente, com o intuito de esclarecer e sanar possíveis problemas”.

O texto diz também que “a instituição avalia mecanismos que possam garantir a segurança para toda comunidade acadêmica”.

Pichações contribuem para deteriorar ambiente de estudo

Não bastassem as cenas comuns relatadas pelos alunos da Faculdade de Direito da UFMG, um ex-aluno que optou pelo anonimato por temer represálias destaca outro problema: pichações. Segundo ele, que utiliza a biblioteca para estudar para concursos, nada tem sido poupado da ação dos vândalos, desde a fachada até as salas de aula.

“Não tem onde pichar mais, o prédio está completamente tomado, as escadarias, paredes, banheiros”, revela, ressaltando que o contingente de seguranças é pequeno e que os funcionários da instituição estão de mãos atadas, sem poder fazer nada.

Recorrente

O problema relatado na Faculdade de Direito é semelhante ao que foi descrito por alunos e professores da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. No fim de março, estudantes do curso de história chegaram a ter as aulas suspensas por falta de segurança no campus.

“Não tem como não perceber. Hoje não fazem nem questão de esconder, de ser mais discretos” - Ex-aluno da Faculdade de Direito da UFMG

Fonte: http://www.hojeemdia.com.br/horizontes/porta-aberta-para-o-trafico-de-drogas-na-escola-de-direito-da-ufmg-1.315990

Ação de supostos traficantes na UFU leva polícia ao local

O suposto tráfico de drogas na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), já flagrado pela reportagem do CORREIO de Uberlândia, voltou a causar transtornos no Campus Santa Mônica da universidade. Nesta quinta-feira (7), a Polícia Militar (PM) chegou a ser acionada para comparecer ao local, depois que dois jovens, não identificados, suspeitos de vender e usar drogas dentro da instituição causaram um princípio de tumulto. A dupla fugiu ao notar a presença dos vigilantes da UFU, antes mesmo da chegada dos militares e, até o fechamento desta edição, ainda não havia sido localizada.

Segundo o Centro de Operações da PM (COPOM), a polícia foi chamada pela vigilância do campus após a saída dos suspeitos do campus, e ficaram no local a fim de patrulhar a região e também de tentar identificar a dupla. Ainda conforme informações do COPOM, viaturas fizeram rastreamento e patrulhamento da região a fim de evitar novas ocorrências.

Como os supostos traficantes não foram pegos e nem foi constatado crime, não houve registro de ocorrência. Informações fornecidas pela vigilância da UFU, à polícia, dão conta de que os suspeitos têm frequentado constantemente a universidade e feito uso de drogas, bem como praticado a venda do produto no local, o que teria motivado o princípio de tumulto desta quinta-feira (7).

Flagrante

Em maio do ano passado, a reportagem do CORREIO de Uberlândia flagrou em uma área de convivência entre os blocos 1H, 1W e 1I (o conhecido “Jambolão”) do campus Santa Mônica o uso e tráfico de drogas ocorrendo livremente no local. Após a publicação dessa e outras reportagens sobre a situação no local, a segurança foi intensificada e foram tomadas medidas como a instalação de câmeras de vigilância e a criação de uma comissão para diagnóstico e apresentação de soluções para o problema.

Desde a criação dessa comissão, um clico de debates e palestras vêm sendo realizados na universidade a fim de criar a troca de experiências e de desenvolver um relatório sobre o que pode ser aplicado nos campi da universidade, como explicou o presidente da comissão e professor da UFU, Leonardo Barbosa.
Fonte: Correio de Uberlândia
http://www.correiodeuberlandia.com.br/acao-de-supostos-traficantes-na-ufu-leva-policia-ao-local/