quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Em entrevista Comandante da Polícia Militar diz ser contra a presença ostensiva da corporação na UFU

Matéria veiculada no Jornal Correio de Uberlândia, dia 24/12/2015

O coronel Volney Halan Marques, comandante da 9ª Região da Polícia Militar (RPM), é contra a presença da Polícia Militar (PM) nos campi da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), por acreditar que o índice de criminalidade na universidade não justifica o patrulhamento ostensivo e porque, para ele, a responsabilidade de realizá-lo, caso demandado, é da Polícia Federal (PF). A informação foi dada durante entrevista ao CORREIO de Uberlândia, na tarde de quarta-feira (23), quando o comandante foi questionado sobre a proposta de convênio encaminhada pela UFU ao comando geral da corporação, em Belo Horizonte, após uma tentativa de estupro contra uma jovem de 18 anos no campus Santa Mônica, por volta das 16 horas da tarde.

Para o coronel, outro fator que inviabiliza o trabalho da PM nos campi é o efetivo. “Para atuar lá, caso o comando geral decida por isso, precisaremos deixar de patrulhar alguma área na cidade para designar policiais”, afirmou. “Lá é uma área em que a PF deveria atuar, e não a PM. Se o comando geral mandar, vou cumprir, mas aí o patrulhamento será do jeito da PM”, disse.
Coronel Volney Marques se posiciona sobre convênio com a PM proposto pela universidade (Foto: Cleiton Borges)

Já o delegado da PF em Uberlândia, Carlos Henrique Cotta d’Angelo, afirmou que a corporação não tem função de polícia ostensiva de patrulhamento. “Toda e qualquer ocorrência criminosa que não envolver bens, serviços ou interesses da União não é de nossa responsabilidade. A vigilância faz segurança patrimonial e a PM faz segurança das pessoas”, disse.

O reitor da UFU, Elmiro Santos Resende, disse que a proposta de parceria com a PM dispõe sobre as situações de risco que, detectadas pela vigilância da instituição, poderiam contar com a ação militar. “Seriam três níveis de problema, sendo um primeiro resolvido internamente, o segundo com a atenção e prontidão da PM, caso precise atuar e o terceiro com a atuação direta, além de rondas pelos campi”, afirmou.

Reivindicação 

Depois da tentativa de estupro contra uma jovem de 18 anos, que ocorreu na tarde de segunda-feira (23), no campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), alunos da instituição se mobilizaram, via redes sociais e reuniões na universidade, para rediscutir a segurança nos campi. Uma manifestação para pedir melhorias na segurança e, por parte de alguns alunos, requerer a presença da Polícia Militar (PM) no campus foi marcada para esta sexta-feira (25), pela manhã.

Posicionamento

O Diretório Central de Estudantes (DCE) é contra a presença de policiamento ostensivo, segundo o coordenador geral Rodrigo Gonzaga. “Não achamos que a PM aqui teria evitado a tentativa de estupro, porque ela é resultado de diversos outros problemas sociais, inclusive, como o machismo e o pensamento, por parte dos homens, de que eles podem fazer o que quiserem”, afirmou. “Queremos melhorias na segurança e, por isso, propusemos uma reformulação imediata no sistema de segurança, com capacitação específica dos vigilantes e atuação mais direta e pontual”, disse Gonzaga.

Fonte: http://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/comandante-da-pm-e-contra-a-presenca-da-corporacao-na-ufu/

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