quarta-feira, 30 de maio de 2012

BOM DIA mostra falha na segurança do Conjunto Hospitalar de Sorocaba

Conjunto Hospitalar tranca as portas dos fundos e laterais, mas descuida do acesso pela entrada principal 

Visando a segurança de funcionários e pacientes, o CHS (Conjunto Hospitalar de Sorocaba) bloqueou todas as portas de acesso desde que o BOM DIA publicou, em 25 de abril, que mesmo com algumas medidas tomadas pela direção da unidade era possível qualquer pessoa entrar no prédio.

Agora, a entrada e a saída são feitas apenas pela porta principal. Apesar de concentrar o fluxo de pessoas em único local, a repórter conseguiu, mais uma vez, entrar no hospital sem identificação.

Enquanto o fotógrafo Assis Cavalcante registrava as imagens, um vigilante empurrou o equipamento, ameaçou quebrá-lo e ainda xingou o jornalista de “babaca”. Ao invés de zelar pela segurança da principal unidade de saúde da região, o vigia perdeu o controle e usou de violência para tapar o serviço falho.

Mudanças /

Algumas mudanças foram identificadas na volta do BOM DIA, pela terceira vez, ao CHS, na sexta-feira. O estacionamento, por exemplo, conta com porteiro. Quem não é funcionário pode permanecer no local por 15 minutos, tempo para embarcar ou desembarcar algum paciente.

Já a porta dos fundos – antiga entrada alternativa – está trancada. Os demais acessos, além de fechados, contam com vigilantes. Há cerca de um mês, usuários ou funcionários tinham de entrar pela entrada principal. Os trabalhadores passam o cartão de ponto no balcão da recepção. Os visitantes também devem ser cadastrados ali para entrar nos quartos. A pessoa recebe um adesivo com o nome e o setor onde vai visitar. Porém, quem passa direto não é parado. O vigilante – o mesmo que abordou o fotógrafo – não impediu a entrada da repórter que estava sem identificação.

Desculpas /

A Secretaria do Estado da Saúde, por meio da assessoria de imprensa, pediu “desculpas pelo incidente ocorrido com a equipe de reportagem do jornal BOM DIA” e afirmou que “notificará a empresa responsável pela postura não condizente com a orientação da diretoria, de tratar profissionais de jornalismo, assim como qualquer pessoa, com respeito e cordialidade”.

Já sobre as falhas na segurança, o hospital esclareceu que “realiza contínuo investimento na área de segurança patrimonial, bem como a dos colaboradores e usuários”.

R$ 350 foi o valor levado da carteira de uma médica pelo ladrão.

Ileso
Apenas funcionários e pacientes foram vítimas do criminoso que levou objetos, roupas, dinheiro e celulares. Nada foi furtado do Hospital Regional.

Central de TV
Está em processo de instalação uma Central de Monitoramento por TV com aproximadamente 150 pontos de câmeras por todo o complexo.

3 mil é o número de pessoas que passam pela unidade de saúde todos os dias.

Segurança
Uma empresa terceirizada mantém uma equipe de vigilância composta por profissionais que se revezam 24 horas.

Reforço
Doze profissionais foram contratados para reforçar a segurança do local.

Visitas ao CHS

Onda de furtos
Em 5 de março, pacientes e médicos foram vítimas de uma onda de furtos que ocorreu dentro do Hospital Regional. O criminoso entrava pela porta dos fundos sem ser identificado e tinha acesso a todos os setores.

Livre acesso
A equipe do BOM DIA seguiu os passos do ladrão em 15 de março e verificou que é possível andar em todos os setores.

Falhas
Em 24 de abril, a repórter conseguiu, mais uma vez, entrar no hospital sem ser incomodada pelos vigias.

Portaria
Apenas o porteiro barrou a entrada do veículo da reportagem.

Fonte: Rede BOM DIA

Países da ONU recomendam fim da Polícia Militar no Brasil

Genebra, 30 mai (EFE).- O Conselho de Direitos Humanos da ONU pediu nesta quarta-feira ao Brasil maiores esforços para combater a atividade dos "esquadrões da morte" e que trabalhe para suprimir a Polícia Militar, acusada de numerosas execuções extrajudiciais.

Esta é uma de 170 recomendações que os membros do Conselho de Direitos Humanos aprovaram hoje como parte do relatório elaborado pelo Grupo de Trabalho sobre o Exame Periódico Universal (EPU) do Brasil, uma avaliação à qual se submetem todos os países.

A recomendação em favor da supressão da PM foi obra da Dinamarca, que pede a abolição do "sistema separado de Polícia Militar, aplicando medidas mais eficazes (...) para reduzir a incidência de execuções extrajudiciais".

A Coreia do Sul falou diretamente de "esquadrões da morte" e Austrália sugeriu a Brasília que outros governos estaduais "considerem aplicar programas similares aos da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) criada no Rio de Janeiro".

Já a Espanha solicitou a "revisão dos programas de formação em direitos humanos para as forças de segurança, insistindo no uso da força de acordo com os critérios de necessidade e de proporcionalidade, e pondo fim às execuções extrajudiciais".

O relatório destaca a importância de que o Brasil garanta que todos os crimes cometidos por agentes da ordem sejam investigados de maneira independente e que se combata a impunidade dos crimes cometidos contra juízes e ativistas de direitos humanos.

O Paraguai recomendou ao país "seguir trabalhando no fortalecimento do processo de busca da verdade" e a Argentina quer novos "esforços para garantir o direito à verdade às vítimas de graves violações dos direitos humanos e a suas famílias".

A França, por sua parte, quer garantias para que "a Comissão da Verdade criada em novembro de 2011 seja provida dos recursos necessários para reconhecer o direito das vítimas à justiça".

Muitas das delegações que participaram do exame ao Brasil concordaram também nas recomendações em favor de uma melhoria das condições penitenciárias, sobretudo no caso das mulheres, que são vítimas de novos abusos quando estão presas.

Neste sentido, recomendaram "reformar o sistema penitenciário para reduzir o nível de superlotação e melhorar as condições de vida das pessoas privadas de liberdade".

Olhando mais adiante, o Canadá pediu garantias para que a reestruturação urbana visando à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016 "seja devidamente regulada para prevenir deslocamentos e despejos".

Fonte: EFE