sábado, 12 de novembro de 2011

Alunos de comunicação e arquitetura aderem à greve na USP

Alunos das faculdades de Comunicação e Artes (ECA) e Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP decidiram aderir à greve em reposta à prisão de 72 manifestantes que ocupavam a reitoria desde o último dia 2. A decisão foi tomada após assembleia realizada pelos cursos na noite desta quarta-feira.

Segundo Pedro Serrano, diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes), 350 estudantes da ECA e outros 350 da FAU participaram da votação.

Na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), apenas o curso de geografia não aderiu à greve.

Os alunos do curso de relações internacionais aprovaram uma paralisação até a sexta-feira (11).

MANIFESTAÇÃO
Os manifestantes reivindicam a saída do reitor João Grandino Rodas, a saída da Polícia Militar do campus, a implementação de um programa paralelo de segurança e a não punição dos que participaram da invasão do prédio da reitoria da universidade.

Nesta terça-feira, 72 pessoas foram presas durante a reintegração de posse da reitoria. Segundo o delegado seccional Dejair Rodrigues, outros três alunos foram levados e liberados em seguida porque não estavam envolvidos na invasão do prédio da universidade.

Os presos pagaram a fiança de R$ 545 cada um, e foram liberados. Eles foram indiciados sob suspeita de desobediência a ordem judicial (não cumpriram o prazo de desocupar a reitoria até as 23h de ontem) e dano ao patrimônio público (o prédio foi danificado).

PROFESSORES
A Adusp (sindicato dos professores da USP) votou contra a participação na greve dos alunos, em assembleia realizada na noite desta quarta-feira.

Foi aprovada, no entanto, a participação no protesto marcado para esta quinta-feira, às 14h, que vai acontecer no Largo do São Francisco, na Faculdade de Direito (região central de São Paulo).

Os professores apoiam o fim do convênio com a PM e a não-punição dos estudantes, de acordo com a presidente da Adusp, Heloísa Borsari. "Queremos uma discussão democrática sobre a questão da segurança", afirmou ela.

O Sintusp (sindicato dos funcionários da USP) avalia ser "pouco provável" aderir à greve, segundo o diretor Aníbal Cavalli. Ele ressalta, no entanto, apoio às pautas dos estudantes ao protesto.

REINTEGRAÇÃO
A reintegração começou por volta das 5h desta terça-feira. Segundo a PM, os estudantes estavam dormindo quando a operação começou. Cerca de 400 policiais da Tropa de Choque e da Cavalaria da PM foram acionados, além de um helicóptero Águia e de policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e do GOE (Grupo de Operações Especiais).

Os estudantes detidos reclamaram do tratamento que receberam da polícia. "A atuação foi brutal, uma presença muito forte e desproporcional. Para que agredir os estudantes, usando algemas? Os policiais quebraram várias portas da reitoria onde a gente nem tinha entrado. Temos consciência de que essa perseguição é política", disse Paulo Fávaro, 26, aluno de artes visuais.

O major da PM Marcel Soffner afirmou que a reintegração de posse foi tranquila e sem confronto. Sobre os possíveis abusos, o major informou que toda operação da PM foi gravada e as suspeitas de agressões serão apuradas. "Tudo foi documentado e, se houver qualquer suspeita, vamos apurar", disse.

HISTÓRICO
Os acontecimentos que levaram à ocupação da reitoria tiveram início no dia 27 de outubro, quando três alunos da USP foram detidos por posse de maconha. Houve reação de colegas, que investiram contra a PM. Policiais usaram bombas de efeito moral e cassetetes para levar os rapazes à delegacia --depois eles foram liberados.

Na mesma noite, um grupo de cem estudantes invadiu um prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Na terça passada, mais de mil alunos realizaram uma assembleia que decidiu, por 559 votos a 458, pela desocupação do edifício.

A minoria derrotada, porém, decidiu invadir a reitoria. A USP toda tem cerca de 82 mil alunos (50 mil só na Cidade Universitária).

FONTE: Folha.com

Professores da USP apoiam alunos, mas não aderem à greve

RAFAEL SAMPAIO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

ENVIADO POR: RENATO - UFRRJ


A Adusp (sindicato dos professores da USP) votou contra a participação na greve dos alunos, em assembleia realizada na noite desta quarta-feira.

Foi aprovada, no entanto, a participação no protesto marcado para esta quinta-feira, às 14h, que vai acontecer no Largo do São Francisco, na Faculdade de Direito (região central de São Paulo).

Os professores apoiam o fim do convênio com a PM e a não-punição dos estudantes, de acordo com a presidente da Adusp, Heloísa Borsari. "Queremos uma discussão democrática sobre a questão da segurança", afirmou ela.

O Sintusp (sindicato dos funcionários da USP) avalia ser "pouco provável" aderir à greve, segundo o diretor Aníbal Cavalli. Ele ressalta, no entanto, apoio às pautas dos estudantes ao protesto.
Em assembleia, professores da USP discutem apoio a estudantes em greve

GREVE DOS ESTUDANTES
Reunido em assembleia na noite desta terça-feira (8), cerca de 2.000 estudantes da USP decidiram iniciar uma greve geral, em resposta à prisão de 72 manifestantes que ocupavam a reitoria da instituição desde o último dia 2.

Os manifestantes reivindicam a saída do reitor João Grandino Rodas, a saída da Polícia Militar do campus, a implementação de um programa paralelo de segurança, a libertação dos presos e a não punição dos que participaram da invasão do prédio da reitoria da universidade.

Nesta terça-feira, 72 pessoas foram presas durante a reintegração de posse da reitoria.

Segundo o delegado seccional Dejair Rodrigues, outros três alunos foram levados e liberados em seguida porque não estavam envolvidos na invasão do prédio da universidade.

Os presos pagaram a fiança de R$ 545 cada um, e foram liberados. Eles foram indiciados sob suspeita de desobediência a ordem judicial (não cumpriram o prazo de desocupar a reitoria até as 23h de ontem) e dano ao patrimônio público (o prédio foi danificado).


FONTE: Folha.com