segunda-feira, 30 de maio de 2011

Rastreamento de crimes nos campus dos EUA

Amigos, espero que perdoem os erros de tradução, afinal, o que vale é a intenção e a matéria é muito interessante, até porque aqui no Brasil não há geração e divulgação de estatísticas de crimes e ocorrências nos campi universitários, o que deveríamos trabalhar para implementarmos.

Por Bluestone Gabrielle - '09 Editor Metro News

Quando Jeanne Clery foi estuprada e assassinada em seu quarto no dormitório da Universidade de Lehigh, em 1986, a maioria dos alunos não sabia sobre os 38 crimes violentos que ocorreram na escola, nos três anos que antecederam a sua morte.

O incidente trouxe uma abrangente legislação a respeito de como as faculdades e universidades devem distribuir avisos de alerta e relatório de estatísticas de criminalidade. Mas agora, mais de 20 anos após a Lei Clery ser aprovada, relatando os crimes, ainda é uma prática sutil e cheia de discrepância.

Embora os métodos de denúncia de crimes no campus sejam regulamentadas pelo governo federal, as estatísticas de crimes variam de acordo com as políticas da instituição, os códigos de estado e serviços de apoio a vítima - a criação de um quadro desigual de crime nos campus em todo o país.

"Você vai ter algumas comparações entre maçãs e laranjas", disse a Chefe do departamento de polícia da universidade Dolores Stafford, referindo-se a diferentes políticas de comunicação do crime entre os estados.

Ela acrescentou: "Mas a verdade da questão é, eu não acho que olhando para as estatísticas de criminalidade será possível contar toda a história sobre se um campus é seguro ou não."

No GW, qualquer crime que ocorre na propriedade da Universidade - incluindo a Casa de linha, a Starbucks na Biblioteca Gelman e as lojas em 2000 Penn - é classificado como crime no campus, de acordo com a política do UPD (Departamento de Polícia Universitária).

Um evento que ocorra na rua, dentro dos limites do campus, é classificado como patrimônio público no campus - uma denominação diferente se for fora do campus. Um crime relatado em um prédio, como o prédio Statesman - localizado no campus, mas não pertencente à Universidade - não está nas estatísticas da Lei Clery, embora Stafford dissesse que vai incluir informações no registro de crime da UPD, como um incidente fora do campus.

Stafford disse que a UPD tem informações estatísticas sobre a criminalidade muito sérias. O departamento emprega um membro da equipe em tempo integral para garantir que todos os relatórios estejam em conformidade com a Lei Clery, que exige que qualquer instituição de ensino superior, participante do programa de ajuda financeira federal, apresente relatórios de estatísticas da criminalidade, distribua alertas de crimes e a manter um registro de crime público. A Universidade também emprega um coordenador de serviços de apoio a vítima para ajudar os estudantes decidir a se apresentar para denunciar um crime.

O esforço adicional, no entanto, produzindo um maior número de registros de crimes, poderia fazer a escola parecer perigosa para os futuros alunos.

"Você não pode simplesmente comparar as estatísticas. Se o campus é agressivo no sentido de incentivar os alunos a denunciar os crimes, eles vão ter números maiores", disse Stafford. "O inverso do que é, se o campus não está fazendo nada para incentivar os alunos a apresentar, eles não estão propensos a relatar os muitos crimes, mas isso não significa, necessariamente, que o campus seja mais seguro."

Além de criar transparência nos relatos de crime no campus, Stafford disse que espera a adesão do seu departamento, o Ato Clery irá diminuir o número de crimes que compõem as estatísticas anuais.

"Se um aluno lê o registro de crime e fizer algumas mudanças no seu comportamento, como talvez eles decidam não andar sozinhos à noite e decidiu usar 4-RIDE por causa do que eles lêem, valeria a pena o dinheiro que nós investimos para a segurança dele. Se você puder provar que a proposição, então sim" ela disse.

Mas as incoerências entre os métodos das escolas de comunicação, programas de computador com defeito automatizado, relatório escrito e contradições entre códigos de estado, tornam quase impossível avaliar a segurança no campus com base em estatísticas. Todas as autoridades de segurança dos campi, que inclui professores e funcionários da habitação, são obrigados por lei a relatar qualquer incidente, se há relatórios com vítima ou não. Stafford disse que é impossível saber quantos cooperam.

"Você não pode garantir relatos dos crimes nos campus ás autoridades", disse ela. "Diga-lhes que estão obrigados a lei, e você pode pedir-lhes a informação, mas você não pode garantir isso."

Além disso, os esforços devem descontar a apatia estudantil quanto a UPD na prevenção do crime. Stafford disse que quando a Universidade fez uso da impressão das estatísticas de criminalidade em folhetos, muitos deles acabaram no lixo. O Departamento de Polícia Universitária, desde então, deixou a impressão de quantidades maciças de folhetos de lado, ao invés disso, tornou-os disponíveis a pedidos on-line.

 "No final, posso dizer que vi um monte de calouros dizendo “jogue fora esse livro”", disse ela. 

Site: The GW Hatchet
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Tradução: Wesley Marques

VIOLÊNCIA NAS UNIVERSIDADES

Luiz Renato de Araújo Pontes é pró-reitor de Integração Universidade Setor Produtivo da Universidade Federal da Paraíba.

A violência no Brasil tem tomado proporções alarmantes. É quase impossível não encontrar uma pessoa que não tenha sofrido algum tipo de violência, diretamente ou indiretamente. A própria pessoa, um amigo, um filho, um parente, etc., ou seja, ninguém está imune a esse mal que se alastrou nos quatro cantos do nosso país.

Essa violência também não escolhe lugar: nas ruas, nas praças, nas casas, nas igrejas, enfim até mesmo dentro das universidades. As pessoas estão sendo violentadas de diferentes maneiras da sua condição de cidadãs.
Recentemente, um estudante da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo foi assassinado no estacionamento daquela conceituada instituição.

Na Universidade Federal do Matogrosso do Sul (UFMS) uma jovem foi estuprada dentro da instituição, após ser rendida por um homem com uma faca e ser levada para dentro de um matagal.

O assassinato e o estupro desses jovens dentro da universidade reproduzem infelizmente um quadro que já se tornou corriqueiro em todas as cidades brasileiras. Fatos lamentáveis dessa natureza não ocorrem apenas nessas duas instituições. Casos semelhantes vêm ocorrendo com certa frequência em muitas outras universidades brasileiras.

A segurança nas Universidades Públicas Brasileira vem sendo realizada na grande maioria por empresas de segurança privadas contratadas pela instituição ou em alguns casos podemos observar um misto de seguranças do quadro efetivo de vigilantes das universidades e os terceirizados.

O vice-reitor da UFMS, João Ricardo Tognini, em reunião realizada com uma comissão dos estudantes afirmou que as mudanças na legislação extinguiram os vigilantes do quadro funcional das universidades e com isso agravou a crise da segurança nas mesmas.

No meu entendimento, a segurança das universidades deveria, mesmo respeitando a idoneidade das empresas de vigilâncias privadas, serem realizada por agentes de segurança pertencente ao próprio quadro da universidade. É importante registrar que a falta de contratação de vigilantes para o quadro funcional fez com que o número dos mesmos fosse reduzido drasticamente ao longo do tempo por aposentadoria ou por falecimento.

Este número reduzido de vigilantes impossibilita o atendimento de toda instituição, fazendo com que os reitores sejam obrigados a terceirizar parte da segurança das universidades com recursos que deveriam estar sendo utilizados para outro fim.

Acredito, portanto, que os Reitores devem mostrar ao governo federal, através da Andifes, a importância de termos um quadro de vigilantes pertencentes às próprias universidades. Modificando a legislação, se for o caso, com o objetivo de ampliar o quadro funcional dessa categoria.  
Comentário:

Mozarte Simões (mscjpop.com.br):

» Trabalho na segurança da UFRGS, faço parte de um grupo de trabalho de segurança nacional que estuda a segurança das universidades federais a mais de oito anos, ja comprovamos para ANDIFES, MEC e FASUBRA que o cargo de segurança das IFES e IFETS não esta extinto, com vários pareceres inclusive com um nota técnica do senado federal, temos concluido inclusive um plano de politica de segurança para as IFES e IFETS, mas infelismente só se fala em segurança quando acontece algo com repercussão nos meios de comunicação, ja tinhamos avisado aos orgãos competentes que as ocorrências dentro dos muros formadores do futuro do Brasil iriam ficar cada vez mais com grau de periculosidade maior do que os ja conhecidos, pois segurança dentro de uma instituição de ensino tem que ser algo mais pedagógico, não podendo ser copiado devido a atividade fim da instituição, tem que se apresentar uma segurança diferiênciada, com o cumprimento das leis é claro. Enquanto não tratarmos este tema com proficionalismo e com o respeito que o tema merece serão tomadas medidades paliativas, e contunuaram tapando o sol com a peneira, e a comunidade universitária continuara a merce deste bandidos que entram nos campi para fazer todo tipo de barbarie. Mozarte Simões

Do site: MaisPB
Enviado por: Iovany Veloso

PEC QUE CRIA A POLÍCIA UNIVERSITÁRIA FEDERAL

PRPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº           DE 2011.
(Da Sra. ANDREIA ZITO)

Dá nova redação ao artigo 144 da Constituição Federal, inserindo inciso e parágrafo.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º, do artigo 60, da Constituição Federal, promulgam a seguinte emenda ao texto constitucional:

Art. 1º Inclua-se no art. 144 da Constituição Federal um inciso, a ser enumerado como IV, e um parágrafo, a ser enumerado como 3º, com a seguinte redação, renumerando-se os atuais incisos e parágrafo:

“Art. 144.       ......................................................................................
.............................................................................................................
IV- polícia universitária federal;

§ 3º A polícia universitária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo dos “campi” das universidades federais, dos institutos federais de educação e demais instituições federais de ensino.”

Art. 2º Esta Emenda entra em vigor no prazo de cento e oitenta dias subseqüentes ao de sua promulgação.

JUSTIFICAÇÃO

A Constituição Federal, em seu capítulo III – Da Segurança Pública, Art. 144, assim preconiza:- “A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:”. Daí, o Estado poder contar hoje, com a polícia federal, a polícia rodoviária federal, a polícia ferroviária federal, as polícias civis e as polícias militares e corpos de bombeiros militares. Há de se observar que cada uma dessas polícias instituídas tem suas políticas e atuações definidas constitucionalmente.

As motivações que me levam  a apresentar esta PEC, são as condições atuais em que se encontram os campi das instituições federais de ensino, inseguros em sua totalidade, não só para o corpo discente, como também para o corpo docente, servidores e demais usuários dessas instituições.

Na semana passada assistimos passivamente mais uma situação em que um estudante foi assassinado no campus da Universidade de São Paulo, a maior da América Latina. O crime aconteceu às 21h30m do dia 18/5/2011, no estacionamento da Faculdade de Economia e Administração, onde esse estudante cursava o quinto ano de Ciências Atuariais. O estudante foi atingido por um tiro na nuca, ao abrir a porta de seu carro blindado.

Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, no campus do Fundão, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, de janeiro a março de 2011, aconteceram 5 seqüestros e 17 furtos, sendo oito automóveis. O reitor, em reunião com o secretário estadual de segurança, pediu mais patrulhamento para aquele campus. Ressalta-se que nesse campus, aumentou o número de seqüestro relâmpago. Desde a semana passada, a cidade universitária conta com um novo tipo de patrulhamento: o policiamento a cavalo. A medida, que pretende aumentar a segurança local, se tornou possível devido à parceria da UFRJ com o 17º Batalhão de Policia Militar. Mas não se sabe até quando essa parceria permanecerá.

Na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, no último mês de abril, uma jovem de 20 anos foi estuprada, na manhã de uma segunda feira por volta das 8 horas, dentro do campus.

No Acre, a polícia civil daquele Estado abriu inquérito para apurar o estupro de uma universitária de 19 anos, aluna do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Acre. A estudante teria sido abordada por dois homens quando esperava pelo ônibus.

Na Universidade Federal de Santa Catarina universitários são assaltados em locais mal iluminados no entorno da universidade. A segurança do campus até funciona, mas no entorno não há policiamento ostensivo nem preventivo da polícia militar.

Outro motivo que nos leva a pensar nesta proposição, além desses últimos acontecimentos aqui listados, é o que ora apresentamos: hoje, temos 64 universidades federais, detentoras de diversos campi universitários. 38 institutos federais de educação também espalhados por todas as regiões do país e também detentores de diversos campi. Ainda há dois centros federais de educação tecnológica, com diversos campi; o Colégio Pedro II, com diversas unidades descentralizadas; o Instituto Nacional de Educação de Surdos; e, o Instituto Benjamin Constant. Muitos deles com dimensões, muitas vezes, maiores que bairros inteiros das grandes cidades.

A polícia universitária federal será especializada e capacitada para executar os serviços de segurança ostensiva em todo o âmbito das instituições federais de ensino, executar medida assecuratória da incolumidade física das autoridades e executar fiscalização, em todo tipo de patrimônio no âmbito institucional, incluindo a segurança do trânsito e do transporte de bens, pessoas e todos os tipos de cargas.

Caberá também a polícia universitária federal a ação de reprimir no âmbito institucional, crimes contra a segurança nacional e a ordem política e social, crimes de tráfico de entorpecentes e de drogas afins, crimes contra a organização do trabalho institucional, contra a vida e contra o patrimônio no âmbito de todas as instituições federais de ensino.

Em face de tudo aqui exposado, solicito aos nobres pares desta Casa a aprovação desta Proposta de Emenda à Constituição.


Sala das Sessões,         de maio de 2011.

Deputada ANDREIA ZITO
PSDB/RJ

Deputada quer criar a Polícia Universitária através de emenda constitucional

A Deputada federal pelo Rio de Janeiro Andréia Zito propôs uma Emenda Constitucional que dará nova redação ao Artigo 144 da Constituição Federal, criando a Polícia Universitária Federal. Seria um órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira.
A Poícia Universitária Federal seria destinada ao patrulhamento ostensivo dos campi das universidades federais, institutos federais de educação e demais instituições federais de ensino.

O Reitor Jesualdo Farias, da Universidade Federal do Ceará, diz que, a princípio, é a favor do projeto e lembra que esse modelo funciona com eficiência em vários países, entre eles os EUA. Mas prevê muita polêmica e não se posicionará enquanto não examinar a proposta nos mínimos detalhes. 

Jesualdo ressalta que a UFC está atenta aos recentes casos de violência nos campi da Instituição e tem ampliado discussões sobre as medidas a serem tomadas para coibir o problema. A presença mais efetiva dos policiais do Ronda, por exemplo, já está vigorando, depois de reunião mantida com o comandante do programa, Coronel Gomes Filho.

Em abril, uma linha telefônica exclusiva para denúncias (3366.9190) foi criada para receber chamadas 24 horas, oriundas de todos os campi. Além disso, houve aumento no contingente de vigilantes e porteiros, que hoje chega a cerca de 470 homens. A Administração Superior da UFC também autorizou a contratação de serviços de monitoramento eletrônico. 

A EMENDA – Na justificativa da emenda proposta, a Deputada Andréia Zito argumenta que as motivações que a levaram a apresentar a PEC são "as condições atuais em que se encontram os campi das instituições federais de ensino, inseguros em sua totalidade, não só para o corpo discente, como também para o corpo docente, servidores e demais usuários dessas instituições".

A parlamentar faz referência ao assassinato de um aluno da Universidade de São Paulo no dia 18 de maio, no estacionamento da Faculdade de Economia e Administração, e aos casos de violência na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde, segundo afirma, aconteceram cinco sequestros e 17 furtos de janeiro a março deste ano. Registrou, ainda, casos de violência nas universidades federais do Mato Grosso do Sul e Acre (estupro de estudantes) e de Santa Catarina (assaltos à noite).

A Polícia Universitária Federal seria especializada e capacitada para executar os serviços de segurança ostensiva em todo o âmbito das instituições federais de ensino, executar medida assecuratória da incolumidade física das autoridades e executar fiscalização, em todos tipo de patrimônio, no âmbito  institucional, incluindo a segurança do trânsito e do transporte de bens, pessoas e todos os tipos de cargas.


Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC - (fone: 85 3366 7331 / 3366 7332)

Fotos da segurança da Ministra da Pesca feita pela vigilância da UFRRJ

Enviado por: Canuto - UFRRJ

Universidades abrem mão da PM, mas se protegem com vigilantes

Presença da polícia em campi universitários é discutida após morte de estudante na USP

Do site do IG

Após o estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, morrer com um tiro na cabeça na Universidade de São Paulo (USP), o Conselho Gestor da instituição aprovou o patrulhamento ostensivo da Polícia Militar dentro do campus. Até então, a segurança dos 4,7 milhões de metros quadrados do local era feita por 114 agentes da guarda universitária, e a PM só entrava caso houvesse alguma ocorrência ou fosse chamada. O modelo que utiliza agentes contratados ou terceirizados, agora em debate, é similar ao da maioria das universidades públicas brasileiras que, apesar de sentirem necessidade de se proteger, abrem mão presença da polícia.

No Rio Grande do Sul, mesmo após uma tentativa de roubo em 2003 ter resultado na morte de um vigilante que reagiu ao assalto na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), as duas principais federais do Estado não contam com a PM. De lá para cá, não foram registrados crimes contra a vida de estudantes, funcionários e professores na UFRGS, mas um homem foi morto a tiros no terminal de ônibus que fica na entrada do campus em dezembro do ano passado.

Segundo Daniel Pereira, que coordena há oito anos a segurança nos quatro campi da instituição em Porto Alegre, vigilantes concursados pela universidade e por uma empresa privada de segurança contratada por meio de licitação, além de sistemas de monitoramento, fazem o trabalho. A PM realiza apenas rondas no Campus do Vale, que é maior, fica numa região afastada da cidade e por ele passam linhas de ônibus. "Por uma questão de competências, não temos Polícia Militar na universidade, o que há é um bom relacionamento com as forças de segurança do Estado", explica Pereira.

Neste ano, foram registradas apenas furtos de bicicleta no sistema pelo qual os alunos podem relatar ocorrências dentro da universidade. Em 2009, um homem armado disparou dois tiros no interior da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, mas não houve feridos. A reclamação maior dos estudantes, que já realizaram protestos por segurança, é quanto a roubos e furtos nas ruas próximas aos campi da UFRGS na região central de Porto Alegre.

Ao contrário da UFRGS, que tem unidades espalhadas na capital, o campus da Universidade Federal de Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul, é quase todo concentrado em uma área afastada da cidade. A universidade já registrou casos de violência, principalmente à noite, já que o campus fica praticamente na área rural do município. Cerca de 150 seguranças, entre concursados e funcionários de duas empresas terceirizadas, fazem a vigilância com o auxílio de duas viaturas e câmeras de vigilância. A entrada de veículos, liberada durante o dia, tem mais controle à noite e nos finais de semana. O pró-reitor de infraestrutura da instituição, Valdir Brondani, diz que as ocorrências de furto diminuíram após a ampliação do número de salas monitoradas por câmeras.

Na USP, antes mesmo da polêmica gerada pelo crime, o aumento do número de furtos de veículos fez com que a instituição requisitasse um reforço no monitoramento do campus Butantã desde o último dia 25 de abril. Quatro viaturas e duas motos patrulham e fazem bloqueios em diversos pontos do campus, segundo o 16º Batalhão da Polícia Militar, o mais próximo a USP. Agora, um protocolo de atuação para a PM na universidade está sendo fechado e a presença passará a ser definitiva. A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade terá até agosto um plano próprio de segurança. Segundo o diretor da unidade, Reinaldo Guerreiro, 150 câmeras de vigilância foram instaladas em corredores e salas de aula – quase o dobro das câmeras do serviço de vigilância da USP, 85.


USP é bastante arborizada e o campus Butantã tem regiões pouco iluminadas. Problema acontece em outras universidades

Controle na entrada diminui número de ocorrências

De acordo com o diretor de segurança da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Armando Nascimento, um mês antes do crime, ele havia estado na USP para repassar as experiências e ações de combate a crimes no campus pernambucano.

"Se houvesse um controle maior na entrada do campus da USP, sem dúvida as chances do crime acontecer seriam bem menores", disse Nascimento.

Levantamentos internos mostram que quando a segurança deixou de ser armada na UFPE - o que ocorreu na última quinzena de 2005 - os números de criminalidade aumentaram significativamente. Em 2005 foram registrados apenas quatro roubos - sendo três dentro do campus e um nos arredores. Em 2006 foram 92 - 25 dentro do campus e 67 nos arredores.

Observando os crimes - geralmente roubos de telefones celular - foi concluído que 80% era realizado por usuários de motos e bicicletas. Em 2007, então, foram instaladas catracas nas entradas do campus, e a entrada de bicicletas e motos só poderiam acontecer pelas guaritas de segurança, que também controlam a entrada de veículos.

Apesar de trabalhar de forma integrada com a PM, a segurança do campus 149 hectares é feita por 320 servidores e há ainda um reforço de uma empresa de segurança privada, com 20 homens armados. Seis veículos e 32 câmeras são utilizados. Já está em processo de licitação outro aparato que utilizará mais 26 câmeras - destas, 12 serão instaladas nos arredores da universidade.

"Não podemos vetar a entrada de pessoas na universidade, pois é um órgão público, mas podemos controlar quem entra", afirma Nascimento.

Para estudantes da UFPE, no entanto, as ações são insuficientes para combater os crimes e a comunidade acadêmica se sente insegura no campus.

"Nem penso em caminhar nas pistas de cooper durante a noite, pois a iluminação aqui não é boa", afirmou a dona de casa Ana Maria.

* Com reportagem de Daniel Cassol, iG Rio Grande do Sul, Marina Morena Costa, iG São Paulo, e Renata Baptista, iG Pernambuco.