quinta-feira, 19 de maio de 2011

Após morte de aluno, reitoria da USP vai discutir segurança com alunos

Werther Santana/AE
"Protesto dos estudantes no início da manhã "

SÃO PAULO - Após o assassinato na quarta-feira do estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, no estacionamento da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), o chefe de gabinete da reitoria da USP, Alberto Carlos Amadio, recebeu alunos que protestaram esta manhã no câmpus, exigindo mais segurança. Amadio se comprometeu a formar uma comissão para discutir o assunto com os integrantes do Centro Acadêmico da FEA no início da tarde.

Aluno do 5º ano de Ciências Atuariais, Felipe foi baleado na cabeça por volta das 21h40, depois de assistir a uma aula de contabilidade. O diretor da FEA, Reinaldo Guerreiro, disse na manhã desta quinta-feira que o câmpus, localizado no Butantã, zona oeste, é 'inseguro'. 'Ele é muito grande, (tem) muitas árvores, muito espaço. Então é facilitador de todo tipo de ação de bandidos', afirmou, em entrevista ao telejornal Bom Dia Brasil. Segundo Guerreiro, a reitoria está consciente do problema e planeja ações para melhorar as condições de segurança na Cidade Universitária. Sobre a Guarda Universitária, o diretor disse que ela tem dificuldades para lidar com os recentes casos de violência dentro do câmpus. 'É difícil coibir. Tem acontecido muita coisa no câmpus. A reitoria estabeleceu uma comissão de segurança e teremos de ter ações mais concretas.'

O assassinato de Felipe mobilizou os alunos da FEA já na noite de ontem, quando o Centro Acadêmico convocou uma manifestação para as 7h15 de hoje, diante da faculdade, que atraiu cerca de 500 estudantes. A maioria deles vestia preto. Uma carta aberta foi distribuída entre os participantes do protesto. Um dos trechos do texto dizia: 'A perda de nosso colega escancara de maneira lamentável a necessidade de se debater a segurança no cotidiano universitário.'

No texto, assinado pelo CA, os alunos sugerem formas de enfrentar os sucessivos casos de violência na Cidade Universitária. Eles sugerem a melhoria da iluminação em todo o câmpus e a colocação de vigilantes nos perímetros da unidades. 'Agiremos para que a dor que hoje sentimos altere a forma como a questão da segurança é tratada', diz a carta.

'Estamos revoltados com a questão da segurança na USP. Já houve seguidos casos de sequestro relâmpago e agora chega ao ponto de um aluno da FEA ser assassinado no estacionamento da faculdade', afirmou a diretora-presidente do CA, Maíra Madrid, de 21 anos, aluna do 4º ano de Economia.

Projeto de segurança da FEA-USP estará completo até agosto, diz diretor

Reinaldo Guerreiro diz que falha em segurança é conhecida e medidas estão sendo tomadas. Ontem, estudante morreu assassinado.
Carol Garcia, iG São Paulo

O diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Reinaldo Guerreiro, afirmou nesta quinta-feira que já é conhecida a falha da segurança da universidade e que providências estão sendo tomadas desde o início deste ano. Na noite de quarta-feira, o estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, foi morto com um tiro na cabeça no estacionamento do campus Butantã, na zona oeste da capital paulista.

Guerreiro afirma em entrevista ao iG que todo o projeto de segurança para a principal unidade do edifício da FEA conta com várias etapas de implantação. A primeira estapa foi concluída este mês com a instalação de mais de 150 câmeras de vigilância em corredores e salas de aula.

Guerreiro reconhece, no entanto, que tais câmeras não auxiliam o aluno na parte mais perigosa do dia, o retorno pra casa. "Além das câmeras, até o final de agosto, teremos fortalecido a iluminação externa até os estacionamentos. A iluminação atual não tem sido suficiente diante do grande número de árvores no campus."

Outra etapa do projeto é a implantação de catracas nas unidades que atendem mais de 3.500 alunos. Para Guerreiro, tal medida seria de extrema importância para gerenciar a circulação de pessoas no local.

"Hoje em qualquer prédio comercial tem esse tipo de segurança, nada mais justo criarmos o nosso tão rígido quanto (esse)."
Segundo o diretor, a reitoria da universidade tem direcionado forças para a segurança, como a criação de uma coordenadoria especilizada e a discussão da eficiência da guarda universitária, que atualmente é responsável pela segurança patrimonial da instituição.

"Estamos com um modelo de segurança que precisa ser revisto. Precisamos entender que estamos tratando de uma cidade que não tem polícia", defende. Sem rodeios, o diretor se posiciona favoravelmente à ideia de que a PolÍcia Militar se responsabilize pela segurança da universidade.

"Quem tem poder de prender e atuar é a Policia Militar. Não adianta inventar uma força que não tenha poder nenhum. A guarda universitária é um meio de suprir, mas ela não tem condições de fazer mais que isso, nem arma ela tem", conclui.

"HÁ UM PROBLEMA CONCRETO DE SEGURANÇA NO CAMPUS" DIZ DIRETOR DA FEA

O diretor da FEA-USP, Reinaldo Guerreiro, disse na manhã desta quinta-feira que o câmpus da universidade no Butantã, na zona oeste da capital, é “inseguro”. “Ele é muito grande, (tem) muitas árvores, muito espaço. Então é facilitador de todo tipo de ação de bandidos”, afirmou em entrevista ao telejornal Bom Dia Brasil.
Ontem à noite, um aluno da FEA foi assassinado com um tiro na cabeça no estacionamento da faculdade. Para protestar contra a falta de segurança no câmpus, o Centro Acadêmico realiza manifestações hoje de manhã e também à noite. Uma comissão de estudantes já foi recebida na reitoria.
Segundo Guerreiro, a reitoria está consciente do problema e planeja ações para melhorar as condições de segurança na Cidade Universitária. Sobre a Guarda Universitária, o diretor disse que ela tem dificuldades para lidar com os recentes casos de violência dentro do câmpus. “É difícil coibir. Tem acontecido muita coisa no câmpus. A reitoria estabeleceu uma comissão de segurança e teremos de ter ações mais concretas.”
Por: ESTADÃO

Polícia não foi avisada a tempo de bloquear entradas, quando jovem de 24 anos foi baleado na cabeça.


A Polícia Militar estava no campus da Universidade de São Paulo (USP), na Zona Oeste da capital paulista, no momento em que o estudante Felipe Ramos de Paiva foi morto, na noite desta quarta-feira (18), mas não foi comunicada a tempo para bloquear as três entradas do campus. “Acredito que foi a falta de comunicação dos vigilantes porque a Polícia Militar se encontrava aqui fazendo bloqueio e a informação não chegou”, disse o capitão Mauro Maia, da PM.


Felipe, de 24 anos, foi baleado com um tiro na cabeça em um estacionamento do campus. Segundo a Polícia Civil, uma testemunha disse que a vítima tirou dinheiro em um caixa eletrônico dentro da própria universidade e foi perseguido até o carro dele, um Passat blindado. O rapaz tentou entrar no veículo, mas foi atingido por um revólver calibre 380, de acordo com a polícia.

Aparentemente, nenhum objeto de valor foi roubado da vítima, mas a polícia investiga a possibilidade de uma tentativa de assalto ou homicídio praticado por alguém do convívio do rapaz.

Segundo o capitão Maia, da PM, um segurança da universidade também teria ouvido o disparo e visto uma pessoa correndo perto do local do crime. A polícia constatou ainda que a maçaneta da porta do carro do jovem foi danificada.

O pai do estudante, Ocimar Paiva, disse que o jovem já havia sido assaltado outras duas vezes dentro do ônibus e, por isso, teria comprado o carro blindado. "Eu falava para ele tomar cuidado, havia muito assalto pela região. Mas ele dizia que 'não, não tem problema'", contou o pai.

"Meu filho era um menino muito bom, gostava muito de estudar e trabalhar. Era um filho carinhoso em casa, tranquilo, não gostava de ir para a balada. O negócio dele era trabalhar, estudar e curtir a namorada", disse a mãe de Felipe, Zélia Ramos.

Segundo a família do rapaz, ele pretendia se casar após terminar a faculdade. Felipe tinha acabado de tirar passaporte internacional, e planejava viajar a lazer em breve, de acordo com a mãe do jovem.

A assessoria de imprensa da universidade confirmou a morte do rapaz pouco antes das 23h. O crime ocorreu em frente ao prédio da Faculdade de Economia e Administração (FEA). O rapaz cursava o 5º de Ciências Atuariais, no mesmo complexo.

O caso foi registrado no 91º Distrito Policial, mas as investigações estão a cargo do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).


Do Site G1-SP
Enviado por: Renato - UFRRJ