domingo, 15 de maio de 2011

O JAPÃO DESARMADO A HISTÓRIA QUE SE ESCONDE

Bene Barbosa*

O JAPÃO DESARMADO – UM FALSO EXEMPLO DE SUCESSO CONTRA A CRIMINALIDADE

Um dos exemplos mais utilizados para se propalar a falsa vantagem do desarmamento civil, é o Japão. As armas são praticamente proibidas ao cidadão e há um número extremamente baixo de homicídios. O que nunca é explicado é por que as armas são proibidas na Terra do Sol Nascente há séculos.

A arma de fogo foi introduzida no Japão em 1543 pelos portugueses, mais precisamente na ilha de Tanegashima. Elas despertaram grande interesse dos senhores feudais que quase imediatamente começaram a utilizá-las em seus exércitos. Em 30 anos, estavam plenamente difundidas por todo o Japão, sendo inclusive fabricadas localmente e largamente difundidas entre os camponeses. Em pouco tempo, o Japão possuía mais armas de fogo que qualquer outro país do mundo.

O desarmamento, ou mais precisamente a proibição que camponeses possuísse armas, ocorre durante o período de Azuchi-Momoyama (1576-1615), por ordem de seu mais fiel vassalo, Toyotomi Hideyoshi que acabara de unificar o Japão e centralizar o poder. Ele convenceu os camponeses que as armas deveriam ser entregues para que se construísse uma gigantesca imagem de Buda. Praticamente sem resistência, a população obedeceu e entregou seu armamento, colocando-se assim, definitivamente sob o jugo de seus senhores.

Havia criminalidade? Homicídios? Não, claro que não. A decisão foi puramente estratégica, pois não eram raros os levantes populares contra senhores feudais. Tais levantes, antes do acesso às armas de fogo, eram facilmente esmagados pelos samurais. Isso mudava rapidamente quando os camponeses começaram a perceber que uma arma de fogo o colocava em vantagem contra o mais bem treinado dos samurais.

Um samurai levava anos para receber o treinamento adequado, enquanto um camponês poderia manejar, com certa destreza, uma arma de fogo em poucos dias. A arma de fogo trazia, assim, treinamento muito mais fácil e rápido, além de ser muito superior às armas brancas e armaduras. Os senhores feudais perceberam o risco que corriam com a população armada e pronta para lutar. Desarmar era preciso para perpetuar o poder em suas mãos.

Surge, então, a primeira utilização conhecida e documentada do desarmamento como arma de controle social, mas essa não seria a última vez que o desarmamento da população seria usada por governos tirânicos, com resultados catastróficos aos cidadãos. Entre os exemplos mais modernos, temos como o mais contundente, e cruel o desarmamento dos judeus na Alemanha de Hitler. Mas esta macabra história, deixaremos para outro artigo.

*Bene Barbosa - Presidento do Movimento Viva Brasil.

Autorizada publicação e distribuição desde que em sua íntegra e com os devidos créditos.
Fonte: (http://www.mvb.org.br/noticias/index.php?&action=showClip&clip12_cod=1452 >) Acesso em: 15/05/2011