sábado, 1 de abril de 2023

OS SETORES DE SEGURANÇA DAS IPES

 As  Coordenações e Divisões de Segurança das Universidades Federais e Estaduais do Brasil, são setores que desempenham um papel fundamental na garantia da segurança dos alunos, professores e técnicos administrativos dentro dos campis universitários. São setores com pessoal altamente capacitados para fazer segurança dentro dos campis das universidades, com profissionais especializados em segurança e treinados para desenvolver a segurança de uma forma pedagógica junto aos alunos universitários.


A segurança em um ambiente universitário é uma questão crítica, uma vez que as universidades são frequentemente alvos de crimes como roubo, furto, agressão e até mesmo crimes mais graves como estupro. A Diseg é responsável por proteger a comunidade acadêmica desses tipos de crimes, bem como por prevenir a ocorrência de outros incidentes que possam colocar a segurança em risco.


Os profissionais desses setores, possuem uma ampla gama de habilidades e conhecimentos relacionados à segurança, incluindo medidas de segurança física, procedimentos de emergência, análise de risco e prevenção de crimes. Eles são treinados para reconhecer sinais de perigo iminente, como comportamentos suspeitos ou atividades criminosas, e tomar medidas preventivas para garantir a segurança de todos os envolvidos.


Além disso, esses setores são responsáveis por desenvolver políticas e práticas de segurança eficazes e atualizadas para as Universidades, bem como por garantir que todas as medidas de segurança sejam aplicadas de forma justa e consistente. Eles trabalham em conjunto com outros departamentos da universidade, como a equipe médica e de saúde, para garantir que os alunos recebam a ajuda necessária em caso de emergência.


Um dos aspectos mais importantes da atuação dos agentes, é sua abordagem pedagógica para a segurança. Eles se concentram em educar os alunos sobre medidas de segurança importantes, como trancar portas e janelas, evitar caminhar sozinho à noite e estar ciente de seus arredores. Essa abordagem educacional ajuda a criar uma cultura de segurança dentro do campus, onde os alunos se sentem responsáveis por sua própria segurança e pelo bem-estar dos outros.


Por fim, é importante destacar que esses profissionais, executam uma abordagem moderada nas atividades do dia a dia da segurança dos campis universitários. Eles entendem que a segurança não deve ser tratada de forma excessivamente agressiva ou autoritária, mas sim de forma responsável e com um senso de propósito maior. Isso ajuda a garantir que a comunidade universitária se sinta segura e respeitada em todos os momentos.


Em resumo, a segurança institucional, é um setor importante das Universidades Federais e estaduais, que desempenham um papel fundamental na proteção e segurança da comunidade acadêmica. Com profissionais altamente capacitados e uma abordagem pedagógica para a segurança, os agentes trabalham para criar um ambiente seguro e acolhedor para todos os envolvidos no processo educacional.

Enviado por: Juscelino (UFRJ)

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Em João Pessoa, homem armado faz arrastão em sala de aula da UFPB

Suspeito, que estava vestido com roupa social, entrou na sala, mostrou a arma e roubou os celulares.

Por G1 PB
19/07/2018


Assalto aconteceu no Centro de Ciências Sociais e Aplicadas da UFPB.

Um arrastão aconteceu dentro de uma sala de aula do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no bairro do Castelo Branco, em João Pessoa, na noite desta terça-feira (18). De acordo com a Polícia Militar, o homem entrou armado e roubou os celulares de alunos e da professora.

O assalto aconteceu por volta das 20h. Dentro da sala de aula, estavam cerca de 14 alunos e a professora. Segundo as vítimas, o homem que assaltou vestia roupa social e a ação durou menos de cinco minutos.

O diretor do CCSA, Walmir Rufino, explicou que há apenas um segurança contratado para fazer rondas pelos três blocos do Centro. Uma câmera de segurança que fica na próxima a sala de aula pode ajudar a polícia na identificação do suspeito, que fugiu logo após o assalto. Até às 6h25 ninguém havia sido preso.

O prefeito da UFPB, João Marcelo, informou que uma reunião vai acontecer nesta quinta-feira (19), para discutir tecnicamente o que aconteceu e verificar medidas de segurança para servidores e estudantes.

Enviado por: Dino Simões / UFSM

sexta-feira, 18 de maio de 2018

MPF recomenda que Universidade Federal de Uberlândia aumente o número de vagas de estacionamento em seus campi

O Ministério Público Federal (MPF) fez uma recomendação à Universidade Federal de Uberlândia para que a instituição de ensino aumente o número de vagas para estacionamento nos campi Santa Mônica e Umuarama. Além disso, a Secretaria de Trânsito e Transportes (Settran) também já começou a autuar motoristas e apreender veículos nos dois locais.

A recomendação foi feita pelo procurador da república Cléber Eustáquio, que explicou que diversas reclamações de desrespeito às leis de trânsito nos dois campi foi um dos motivos da medida.

“Houve várias reclamações e lá dentro, é um território sem lei, na verdade, por que ninguém respeita nada. E como é uma via pública, como qualquer outra, tem que ser respeitada a legislação de trânsito. Como é uma área pública, foi pedido ao Ministério Público que o Settran fiscalize”, disse o procurador.

João Jorge Ribeiro Damasceno, prefeito universitário, explicou que a UFU irá acatar a recomendação, admitiu que os campi da universidade possuem um problemas com relação ao número de vagas disponíveis e que a instituição deve tomar medidas em breve para solucionar a questão.

“Temos que aumentar em torno de 200 vagas em cada um dos campi, no Umuarama e no Santa Mônica. Quando a UFU foi instituída, não tínhamos nenhuma restrição de número de vagas por metro quadrado. Agora, temos que tentar chegar a um número mais adequado para que nossos usuários não fiquem descobertos com a legislação municipal”, disse.

Para ilustrar o problema, o Campus Santa Mônica possui 1783 vagas disponíveis, mas cerca de 7,2 mil carros circulam pelo local diariamente. A ideia da universidade é aumentar esse número para 2 mil.

Já o Campus Umuarama tem 839 vagas de estacionamento no momento. O objetivo da UFU é oferecer mil vagas em breve. O prefeito universitário também afirmou que a universidade já está tentando buscar recursos para realizar as obras necessárias.

De acordo com Cléber Eustáquio, a universidade pediu um prazo de 90 dias junto ao Ministério Público para estudos e adequação.

Fiscalização do Settran

Há aproximadamente uma semana, agentes do Settran já estão fazendo a fiscalização nos campi da UFU. A maior parte das infrações são aplicadas contra motoristas que param em vagas destinadas a idosos e deficientes.

Fonte: http://v9vitoriosa.com.br/geral/ministerio-publico-federal-recomenda-ufu-aumentar-numero-de-vagas-de-estacionamento-em-seus-campi/

segunda-feira, 14 de maio de 2018

REFORMA DO SETOR DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS

O ILEA convida a todos e todas para prestigiar a atividade "Reforma do Setor de Segurança das Nações Unidas: experiências e futuro da Paz", que ocorrerá dia 14 de maio, segunda-feira, a partir das 19h no Auditório do ILEA e contará com a presença de GERMANA DALBERTO (Doutoranda Sociologia USP, Funcionária do SSR-Nações Unidas) e a mediação da professora Elisabeth Mazeron Machado (PPG Segurança Cidadã).

Estudantes denunciam crimes no campus Pampulha da UFMG

Alunos do campus Pampulha divulgam informações sobre assaltos nas redes sociais. DCE quer se reunir com o reitor. Estudantes também vão promover assembleias.

Nos últimos dias, estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vêm relatando uma série de furtos e assaltos no câmpus Pampulha. O caso de maior repercussão foi registrado em 8 de agosto, quando passageiros do ônibus interno que circula na unidade foram assaltados por três adolescentes, apreendidos pela Polícia Militar (PM) no Bairro São Luiz. Diante da situação, representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) informaram que pretendem se reunir com a reitoria da universidade nesta quinta-feira para discutir medidas para conter a situação. No entanto, a instituição ainda não confirmou o encontro.

Na madrugada de quarta-feira, estudantes usaram grupos nas redes sociais para falar de um assalto a pedestres que estavam em um ponto de ônibus em frente ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB). A postagem mostrava uma mensagem no WhatsApp falando sobre cinco homens armados envolvidos em um arrastão. Ontem, a Polícia Militar (PM) informou que não havia registro desta ocorrência no campus. 

Os relatos continuaram. Desta vez, conforme os alunos, pelo menos dois carros e uma motocicleta teriam sido levados. Na noite passada, o DCE divulgou um comunicado alertando sobre o “surto de violência, assaltos e roubos” na universidade. “Hoje recebemos mais três relatos de casos gravíssimos: dois roubos de carros e um de roubo de moto dentro no campus. Esses três casos se somam a outras situações de roubo e violência que aconteceram nos últimos dias”, diz o texto. 

O Diretório informa que tem cobrado da reitoria medidas em relação aos crimes e informa que há uma reunião marcada para falar da situação no câmpus. “Assim que tivermos algum encaminhamento da administração da UFMG teremos maior lucidez para proceder quanto a questão de segurança na universidade. É urgente que nós comecemos a tomar medidas para trazer segurança ao campus Pampulha e toda sua comunidade que aqui transita”, informa o grupo. 

Fonte: Gerais
Enviado por: Mozarte / UFRGS

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Estudante morre em tiroteio durante festa dentro de campus da UFG, em Goiânia

Fonte: Murillo Velasco, G1 GO

Um tiroteio matou o estudante de ciências ambientais Ariel Ben Hur Costa Vaz (foto), de 32 anos, e deixou outro jovem ferido, na sexta-feira (15), dentro do Campus II da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. De acordo com a Polícia Civil, ainda não há informações sobre a motivação e a autoria do crime. A assessoria de imprensa da UFG informou que caso aconteceu durante uma "Calourada Unificada".

O jovem que foi baleado estava trabalhando no caixa da festa. Ele foi atingido no pescoço e na mão e foi encaminhado para o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol). 

"Não tinham testemunhas no local quando nossas equipes chegaram. No local foram encontrados elementos de munição ponto 40, além de vários copos espalhados pelo gramado. Pela dimensão dos objetos jogados no local, tratava-se de um evento de grandes proporções", afirmou o delegado Hellyton Carlos Miranda Carvalho.

Em nota ao portal G1, a reitoria da UFG informou que soube da notícia com "profundo pesar". Disse que o evento era de responsabilidade do Diretório Central de Estudantes (DCE), que havia pedido autorização à universidade para realização do evento. Segundo a instituição, a contratação de seguranças, a locação de banheiros químicos e a limpeza após a festa era de responsabilidade dos estudantes que organizaram o evento (veja íntegra da nota abaixo).

Por sua vez, o DCE divulgou nota à TV Anhanguera em que afirma que o evento foi realizado pelo diretório, junto com centros acadêmicos e as atléticas dos cursos, com "o conhecimento e anuência prévios da reitoria da UFG". Disse ainda que o evento "contava com o apoio de duas empresas de segurança privada: uma que presta serviços para a própria UFG e é responsável pela segurança geral do campus e outra contratada especificamente para o evento".

O caso aconteceu por volta das 23h de sexta-feira, no gramado entre o Centro de Convivência da UFG e a Faculdade de Artes Visuais (FAV), no Setor Itatiaia, região norte de Goiânia. Segundo o delegado, os dois jovens foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros, e Ariel morreu quando estava a caminho do Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) do Setor Campinas.

Comoção

O irmão de Ariel, Tiago Ben Hur, disse em entrevista à TV Anhanguera que o estudante era apelidado carinhosamente pelos colegas como “vovô”, por ter idade acima da média da turma. Além disto, disse que ele havia lutado muito para entrar na universidade.

“Meu pai e minha mãe estão acabados, porque quem ficava em casa com eles era meu irmão. Eles agora não sabem o que fazer, porque tem uma casa grande, sem ninguém para morar agora”, disse, emocionado.

Confira a íntegra da nota divulgada pela UFG:

É com profundo pesar que a Reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG) recebeu a notícia da morte do estudante Ariel Ben Hur Costa Vaz, que cursava Ciências Ambientais, na madrugada deste sábado (16/9). É um momento de grande dor e tristeza para toda a comunidade universitária. A UFG se solidariza com familiares e amigos e expressa as mais sinceras condolências diante desse trágico acontecimento.

Desde que foi informado do incidente envolvendo o estudante, na noite desta sexta-feira (15/9), o reitor Orlando Amaral determinou que a equipe de Segurança da UFG, que estava instruída a monitorar o evento, coletasse mais informações para esclarecer o caso, que será acompanhado de perto até a identificação dos envolvidos e apuração de responsabilidades.

O estudante foi baleado durante uma festa promovida pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), no Câmpus Samambaia. Como acontece todos os anos, o DCE solicitou à Reitoria da UFG autorização para realizar sua tradicional calourada, como forma de promover a integração dos novos estudantes. A festa, que previa em sua programação a apresentação de grupos musicais, ocorreu nesta sexta-feira (15/9), no período de 15h às 23h. A contratação de seguranças, a locação de banheiros químicos e a limpeza após a festa era de responsabilidade dos estudantes que organizaram o evento.

A Reitoria continua em contato com os organizadores da calourada e com a equipe de Segurança da UFG para apurar mais detalhes sobre o incidente e reitera o compromisso de trabalhar para o melhor esclarecimento dos fatos e a apuração de responsabilidades.

UFG suspende festas no campus após morte de estudante, em Goiânia

Por Sílvio Túlio, G1 GO 18/09/2017

A Universidade Federal de Goiás (UFG) proibiu a realização de qualquer festa em seus campi até que sejam definidas "normas para a realização destes eventos". A decisão, informada em nota nesta segunda-feira (18), foi tomada depois que o estudante Ariel Ben Hur Costa Vaz, de 32 anos, foi morto a tiros e outro rapaz ficou ferido durante uma "Calourada Unificada". A Polícia Civil investiga o crime.

O comunicado da instituição destaca ainda que a reitoria "continua trabalhando para apurar mais detalhes sobre os fatos" relacionados ao homicídio.

Ariel foi assassinado na última sexta-feira (15), no gramado entre o Centro de Convivência da UFG e a Faculdade de Artes Visuais (FAV), no Setor Itatiaia. Segundo a polícia, os dois jovens foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros, e Ariel morreu quando estava a caminho do Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) do Setor Campinas. No entanto, ele não resistiu aos ferimentos.

O rapaz ferido trabalhava na lanchonete da festa. Ele foi alvejado de raspão no pescoço e na mão e está internado no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Segundo a assessoria de imprensa da unidade, a família não autorizou o repasse de informações relacionadas ao estado de saúde dele.

O evento foi organizado pelo Diretório Central de Estudantes (DCE) com a autorização da UFG. Em nota à TV Anhanguera, o diretório afirmou que a festa "contava com o apoio de duas empresas de segurança privada: uma que presta serviços para a própria UFG e é responsável pela segurança geral do campus e outra contratada especificamente para o evento".


Ariel Ben Hur Costa Vaz morreu baleado em festa na UFG, em Goiânia, Goiás

Investigação

O delegado Marco Aurélio Euzébio Ferreira, responsável pelo caso, disse que deve começar a colher depoimentos nesta tarde. Devem ser ouvidos pessoas que estavam na festa, assim como parentes da vítima. No entanto, ele não informou quantas e quais pessoas serão ouvidas para não atrapalhar a apuração.

“Ainda não temos nada de concreto. Tinha muita gente envolvida. Vamos começar os depoimentos para ter um norte, analisar e concluir o que ocorreu”, disse ao G1.

Irmão de Ariel, o técnico em construção civil, Tiago Ben Hur, de 30 anos, acredita que o irmão foi assassinado ao tentar tirar o amigo de uma briga.

“Amigos do Ariel contaram que um rapaz que estava com eles foi ao banheiro e, ao sair, esbarrou em outro cara, que começou a discutir com ele. Começou uma confusão e várias pessoas começaram a bater nesse rapaz. O Ariel se aproximou para tentar separar, tirar o amigo dele de lá, quando um homem que ninguém sabe quem é sacou uma arma e atirou nele”, disse.

Ele afirmou que o pai fez uma cirurgia de coração há cerca de 40 dias e que todos estão preocupados com saúde dele. "Ele colocou dois grampos, tem pressão alta, ele já é um senhor de idade. Estamos fazendo tudo para tentar segurar ele, para dar apoio para ele”, pontua.

Thiago afirma que quer Justiça e culpa a UFG pela morte do irmão. É uma festa de estudante, sabe que é um monte de gente bebendo, se divertindo. Sabe que tem que ter uma segurança. Não tinha segurança, não tinha ambulância, não tinha nada. A gente fica assim porque a UFG deixou?", questiona.

Sobre a acusação, a UFG informou à TV Anhanguera que a responsabilidade sobre a festa era do DCE. A institução pontuou que vai apurar junto aos seguranças que trabalharam no evento detalhes para esclarecer o caso.

Enviado por: Mozarte - UFRGS

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Sem dinheiro, universidades federais demitem terceirizados, reduzem consumo, cortam bolsas e paralisam obras


A Federal do ES colocou detentos para limpar o campus; a de Santa Maria demitiu 43% dos seguranças; a da Paraíba tem 42 obras paradas. Sindicato diz que, mesmo com contenção, verba das universidades só dura até setembro.


G1, Brasília e São Paulo
28/07/2017


Representantes de universidades e de trabalhadores do ensino superior afirmam que o impacto do corte de gastos imposto pelo Ministério da Educação (MEC) já muda a rotina de campi pelo país, e que muitas instituições só têm dinheiro para custeio até setembro. Cortes em diferentes setores, demissões de terceirizados e busca por parcerias viraram estratégia para fugir das dívidas (veja, abaixo, exemplos de medidas tomadas pelas universidades).

O "custeio" das universidadades representa os gastos como contas de luz, água, manutenção e pagamento de funcionários terceirizados. Por lei, não são despesas obrigatórias para o governo e, por isso, estão sujeitas a cortes, caso haja contingenciamento. Também pode sofrer cortes a verba de despespas de "capital", ou "expansão e reestruturação", ou seja, as obras realizadas nos prédios das instituições.

Neste ano, o contingenciamento foi anunciado pelo governo federal em março, e atingiu R$ 3,6 bilhões de despesas diretas do Ministério da Educação (além de R$ 700 milhões em emendas parlamentares para a área de educação). Em nota enviada ao G1, o MEC deu detalhes sobre como esse contingenciamento afetou as universidades e institutos federais considerando os gastos de funcionamento das instituições e de obras. Levando em conta o total previsto no orçamento de 2017 para essas duas despesas, o corte foi de 15% do orçamento para o custeio e de 40% da verba para as obras. A pasta explicou ainda que esse corte não é definitivo.









A situação fez com que as universidades e institutos apertassem ainda mais os gastos, já que o orçamento para essas duas despesas em 2017 já era entre 8,1% e 31,1% menor do que o de 2016 (compare nas tabelas abaixo):
Orçamento das universidades federais

2016
2017
Diferença
Gastos de funcionamento
R$ 5,211 bilhões
R$ 4,733 bilhões
-9,2%
Gastos com obras
R$ 1,630 bilhão
R$ 1,123 bilhão
-31,1%
Fonte: Orçamento federal
Orçamento dos institutos federais

2016
2017
Diferença
Gastos de funcionamento
R$ 2,058 bilhões
R$ 1,892 bilhão
-8,1%
Gastos com obras
R$ 285,2 milhões
R$ 257,4 milhões
-9,8%
Fonte: Orçamento federal

Verba cobre gastos até setembro, diz sindicato

O Sindicato Nacional dos Docentes (Andes) diz que os reitores das universidades federais relatam que o dinheiro proveniente dos recursos federais para despesa e manutenção será suficiente somente até o mês de setembro. Para tentar contornar o problema, renegociações de contratos e outras economias básicas se tornaram prioridade, segundo explica o professor Jacob Paiva, secretário do Andes.

“Em muitos lugares os funcionários terceirizados foram demitidos e as universidade estão quase inviáveis. Como funcionar sem ter alguém que faça a limpeza ou que faça a segurança” - Jacob Paiva, secretário do Andes

Segundo Paiva, as instituições não conseguem reverter o acúmulo de um possível saldo devedor com pequenas ações. “Como, por exemplo, com campanhas de uso racional de energia elétrica como fez a Universidade Federal do Amazonas. Mas de qualquer forma a economia é muito pequena.”

Jacob Paiva é contrário à cobrança de cursos de qualquer finalidade por parte de instituições públicas e rebate a crítica de que não falta dinheiro, e sim, eficácia na gestão dos recursos. "Há um controle da gestão, sempre dá para aprimorar, mas o problema é a diminuição de recursos em um contexto de expansão. Há precarização e diminuição da qualidade do trabalho." Como solução, a Andes defende a aplicação de 10% do PIB na educação exclusivamente em instituições públicas.
MEDIDAS PARA BUSCAR ECONOMIA

Detentos na limpeza dos prédios

O pró-reitor de Planejamento da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Anilton Salles, afirma que a instituição firmou parceria com a secretaria estadual de Justiça para que até 150 presos atuem na limpeza do campus. A Ufes começou este mês com 20 detentos atuando no setor.

Mato alto e falta de limpeza eram reclamações de frequentadores da Ufes (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

Renegociação de contrato com terceirizados

A maioria das universidades consome a maior parte dos recursos de custeio com o pagamento de serviços terceirizados, como limpeza e segurança. Na UnB, 75% dos orçamentos é para terceirizados. Em praticamente todas as instituições há relatos de diminuição dos serviços, e em algumas já foram praticadas demissões de funcionários.

A UnB já demitiu 134 trabalhadores da limpeza, 14 jardineiros, 37 da manutenção, 22 da garagem, 32 vigilantes, 62 das portarias e 8 da copa.

Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), dos 129 vigilantes da instituição, 56 já foram demitidos. Já a reitoria da UFPel demitiu 50 funcionários e extinguiu 30% das bolsas de pesquisa e de extensão.



Cartazes espalhados pelo campus Darcy Ribeiro contra a demissão de terceirizados (Foto: Arquivo Pessoal)

Controle de gastos com laboratórios, telefone, água e luz

Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), uma das formas de contornar a falta de verba foi trocando lâmpadas menos eficientes por mais modernas, de LED. Além disso, a ordem geral é para redução de gastos de custeio, diminuindo o uso de papel, água, telefone e energia elétrica em geral.

Na Universidade Federal do Piauí (UFPI) já há reclamação por falta de insumos nos laboratórios da graduação.

Na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o reitor Pedro Rodrigues Curi Hallal afirma que já há dificuldade para quitação de boletos básicos. "Afora a absoluta insuficiência da verba de capital, estamos tendo dificuldades quanto ao pagamento das contas regulares da universidade, especialmente as que dizem respeito aos serviços terceirizados e às despesas com energia elétrica, água e telefone", disse.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) critica o contingenciamento, mas busca sobretudo avançar na economia de energia. A instituição, que, em junho, sofreu com o corte do fornecimento de energia elétrica, lançou uma campanha interna para reduzir 25% do consumo. "Logramos redução significativa em gastos com limpeza e segurança, mas ainda não conseguimos reduzir a nossa maior conta: o gasto com energia elétrica", afirmou a UFRJ em nota.

Paralisação de obras e redução em bolsas

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) afirma que tem 42 obras paradas, algumas já desde 2013. E que a estimativa é que somente um aporte de R$ 20 milhões exclusivamente para esse fim poderia garantir a retomada dos projetos.

A Universidade Federal do Acre (Ufac) é uma das instituições onde os administradores apontam que até obras de manutenção dos campi e investimento em infraestrutura prejudicados.

Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), os pesquisadores relatam redução em bolsas e pesquisas, o que compromete a qualidade do ensino.

Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pesquisadores, estudantes e professores lançaram o “tesourômetro”, equipamento que pretende medir as perdas do setor. Segundo os idealizadores da medida, a pesquisa no Brasil perde em média R$ 500 mil por hora em verbas federais.



Reitoria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)